LIBERDADE, IGUALDADE E SORORIDADE
Anne Michelle de Castro Costa – Advogada especialista em Direito Empresarial e Direito Processual Constitucional, Professora universitária, Membro Associada ABMCJ-MG/FIFCJ. Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica, Presidente da Comissão da Mulher Advogada da 48ª Subseção da OAB/MG – Email: anneadvog@gmail.com
A OAB tem atuado incessantemente na eliminação institucional de todas as formas de discriminações de gênero e fazer valer a Carta das Nações Unidas que ratifica a fé nos direitos fundamentais do homem e na igualdade de direitos de homens e mulheres (1945).
Não cabe mais falar em hierarquia entre homens e mulheres, tem o mesmo patamar de possibilidades, ainda que paire sobre a mulher alguns padrões morais que não foram extintos e impende o pleno exercício da igualdade.
A sociedade organizada transformou o papel da Mulher, modificaram-se os ambientes de trabalho, vieram outros desafios. Lógico que a cada ano que se passa a presença feminina na advocacia não é diferente. A escolha do profissional da advocacia não se baseia no gênero, mas na competência, confiabilidade, humanização do atendimento.
Ultrapassado é dizer sobre conceito restrito para Homem/Mulher no ambiente social! Ambos não têm hoje o mesmo significado na visão cultural. A busca pela felicidade não permite definições rígidas, a conceituação esta além dos critérios objetivos da biologia. Por esta razão não mais se credita competência ao gênero.
Hoje o papel da mulher na advocacia avançou, é mais participativo. Após 2016 com o movimento “Mais Mulheres na OAB” a distinção de gênero perdeu força e sua forma divisória. Em nossa Subseção da OAB nas últimas eleições em 2018 tivemos a primeira Mulher em cargo diretivo ocupando a cadeira de Vice-Presidente, marco histórico para as mulheres advogadas, uma conquista valorizada por toda a classe.
Essa mudança de pensamento influenciou o crescimento de mulheres de carreira jurídica que tem sua atuação nos mais diversos campos: escritórios de advocacia, Judiciário, Ministério Público, Defensorias, Delegacias de Polícia, Polícia Militar, além de outras carreiras que o Direito abarca. Elas representam 55% das inscrições no quadro da OAB e 58% nas faculdades de Direito.
Na atualidade a busca é pela construção da equidade de gênero e isto não se restringe a discutir o Machismo, que é inerente a todos por razões históricas e culturais que não podem ser desconsideradas, nem podemos ocultá-lo. É mudar o senso comum errôneo e as falsas concepções sobre o feminismo como forma de tornar positivas suas ações no objetivo de expandir os espaços participativos da Mulher.
Claro que os movimentos feministas de correntes “realistas” buscam a plenitude da LIBERDADE e IGUALDADE, ainda que muitos entendam ser utopia, trouxeram algo mais que a emancipação econômica e política. Fez surgir o anseio de real participação da mulher no mercado de trabalho e nos espaços de Poder. A busca pela EQUIDADE, a simetria imparcial, a equivalência. A partir da década de 90 a mulher tornou-se a maior parcela da população, maior é o seu poder aquisitivo, seu nível escolar e o aumento das responsabilidades no comando da família.
A luta é pela íntegra legitimidade constitucional da IGUALDADE. Ela não mais se “empodera” ela se “apodera”.
A Mulher descobriu algo maior, a SORORIDADE, a solidariedade, o cuidado uma com a outra, a empatia, sendo esta a mola propulsora para alcançar a conformidade.
Em “cada uma” estão TODAS, em “todas” a força de cada uma. JUNTAS desejam uma sociedade mais justa, o fortalecimento da cidadania, o desenvolvimento e a paz.
Anne Michelle de Castro Costa – Advogada especialista em Direito Empresarial e Direito Processual Constitucional, Professora universitária, Membro Associada ABMCJ-MG/FIFCJ. Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica, Presidente da Comissão da Mulher Advogada da 48ª Subseção da OAB/MG – Email: anneadvog@gmail.com